Dáfnia


Daphnia é um género de crustáceos da ordem Cladocera, normalmente chamada de pulga de água ou dáfnia. Devido à forma como nada impulsionada por duas antenas situadas no cimo da sua cabeça (segunda antena), a dáfnia parece pular dentro de água como pulam as pulgas terrestres.

Tem uma envergadura que varia entre 0,2 mm e 5,0 mm, habitam em meios aquáticos, desde lagos a rios, e alimentam-se essencialmente de plâncton podendo também ingerir micro-organismos tais como protistas e bactérias mas também matéria orgânica particulada e dissolvida.

A sua população é composta maioritariamente ou exclusivamente por fêmeas. Quando as condições ambientais tornam-se desfavoráveis passam a reproduzir-se sexuadamente; parte dos ovos que estavam se desenvolvendo dão origem a dáfnias machos, que utilizam as primeiras antenas e ganchos do primeiro par de patas para agarrar a fêmea. A partir da fecundação, formam-se ovos de resistência (às vezes chamados ovos de inverno), que permanecem dormentes até que se reunam as condições necessárias para se desenvolverem; estima-se que resistem durante um máximo de vinte anos. Tal capacidade deve-se ao facto de possuírem uma camada protetora constituída pelos restos da cavidade incubadora das suas progenitoras e que se denomina ephippium. Podem flutuar, ser transportadas, congeladas e até digeridos sem sofrerem danos porque a ephippium é resistente a enzimas digestivas.

Ao longo do seu crescimento, as dáfnias vão perdendo várias vezes o seu exoesqueleto, em um processo normal e similar à mudança de pele em alguns répteis. Este processo denomina-se muda ou ecdise.

Alimentam-se da mesma forma que as baleias filtradoras, filtrando o alimento da água. As suas pernas, teracópodes ou apêndices articulados, estão especializados para a alimentação.

Devido ao fato destes animais terem um exoesqueleto transparente, é possível observar ao microscópio todas as partes que o constituem, desde o coração a bater até ao desenvolvimento embrionário na sua cavidade incubadora.

Sua expectativa de vida não excede um ano. Dependendo das temperaturas, um indivíduo pode sobreviver 108 dias a temperaturas de 3 °C e sobreviver apenas 29 dias a temperaturas de 28 °C. Em zonas tropicais, o tempo de vida é menor, estimado em pouco mais de um mês. No inverno existem exceções; a população fica muito limitada, mas várias fêmeas sobrevivem até cerca de seis meses, tendo um crescimento lento mas atingindo maiores proporções que as fêmeas que se desenvolvem normalmente.

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