Branchonetas

 


Branchoneta ou Artêmia de água doce. É um crustáceo da ordem Anostraca, família Thamnocephalidae, gênero Dendrocephalus. Foi descoberta por Pesta, em 1921, onde foram coletados espécimes nos estados da Bahia e Piauí. É natural do Brasil e Argentina, vivendo em poços e lagos de água doce. Na estação seca, esses lagos evaporam, desidratando assim os cistos. Novamente na época das chuvas, os cistos são reidratados, dando inicio a uma nova geração de Branchonetas.

As Branchonetas preferem a aglomeração, nadando em grupos. Nadam de forma desordenada e em todos os sentidos, muitas vezes de cabeça para baixo. Nadam com os filopódios voltados para cima, buscando a claridade no ambiente que se encontram. São essencialmente filtradoras e alimentam-se de organismos suspensos na água, como fitoplânctons e algas. Em um curto período (1 a 3 dias), elas podem deixar um tanque cheio de algas completamente limpo.

O ciclo de vida depende das condições ambientais onde uma temperatura adequada em torno de 27°C e pH alcalino. Atingem a fase adulta já na segunda semana de vida e podem viver por aproximadamente 90 dias. Em condições ambientais favoráveis e boa disponibilidade de alimento, as fêmeas começam a postura de cistos no 8º dia. Cada fêmea gera de 100 a pouco mais de 200 cistos. Os cistos porém, necessitam ser desidratados e posteriormente reidratados para conseguirem eclodir. A eclosão ocorre a partir de 12 horas de reidratação. Contudo, por precaução natural, nem todos os cistos eclodem simultaneamente, podendo alguns eclodirem nos dias seguintes, prevenindo assim chuvas esporádicas que não sustentam o ciclo de vida das Branchonetas.

Apresentam sexos separados e de fácil identificação, onde o macho apresenta corpo e cauda mais transparentes, enquanto a fêmea apresenta a cauda avermelhada e o ovissaco saliente, geralmente de coloração mais escura.

Diferentemente dos cistos de Artêmia Salina, que depois de desidratados apresentam forma circular, os cistos de Branchoneta, quando ressecados, ficam cheios de cavidades, apresentando forma oitavada. São muito pequenos, sendo praticamente impossível separá-los das fezes e substrato na água. Segundo fontes não confirmadas, 1 grama pode ter centenas de milhares cistos. Os cistos são muito resistentes, podendo suportar temporadas de seca, para quando, com a volta das chuvas, eclodir novamente.

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